Gente amada,
Senti de esclarecer um pouco, segundo a minha compreensão, exatamente o que é que queremos ser e fazer e, consequentemente, o que não queremos ser e fazer como uma Estação do Caminho da Graça.
O que queremos:
Queremos ser um ponto-existencial de encontro entre pessoas que voluntariamente se reúnem em torno do evangelho simples de Jesus.
Queremos facilitar encontros humanos aonde possamos orar uns pelos outros, ouvir a pregação do evangelho, crescer na consciência da graça, servir-nos mutuamente em amor, celebrarmos a Ceia do Senhor e nos alegrarmos juntos com música, dança, comida e bons papos, tudo no espírito do evangelho, com leveza e reverência.
Queremos promover a pregação e ensino do evangelho; queremos espalhar a mensagem libertadora da graça de Deus em Cristo, nos utilizando de todos os meios possíveis.
Queremos ser um sinal do Reino de Deus no mundo: vivendo e ensinando a outros a viverem pela fé, com corações pacificados, em plena confiança e gratidão; refletindo o amor de Deus e ensinando outros a serem discípulos da mesma compaixão, acolhendo com carinho a todos os pecadores sem qualquer acepção, ensinando o perdão e a graça como caminho superior; sendo uma voz de esperança em um mundo que é a cada dia mais frio, usando todo e qualquer recurso a nossa disposição afim de servirmos, de forma autêntica e prática, ao cansado, ao oprimido, ao faminto, ao enfermo e ao necessitado.
O que não queremos:
Não queremos ser a “Igreja Evangélica Caminho da Graça” - com suas doutrinas, seus usos e costumes, seus procedimentos burocráticos, seus requerimentos para membresia, suas estratégias de crescimento, seus métodos de evangelismo, suas muitas campanhas e suas inúmeras programações.
Não queremos ter paternidade de ninguém, não queremos ser um clube fechado, não queremos hierarquias baseadas em cargos e posições, e não queremos controlar ou manipular de qualquer forma a vida das pessoas.
Não queremos que a vida de alguém revolva em torno da “Estação”, e sim que o revolva em torno de Jesus. Não queremos consumir a vida das pessoas, mas queremos que todos sejam incentivados a caminharem com as próprias pernas e a tomarem suas decisões com a própria consciência em fé.
Não queremos ser uma igreja-produto a ser frequentada-consumida. Queremos preservar o sentimento de que somos apenas pessoas amigas que voluntariamente reunem-se em torno do evangelho.
Se todos se reunem voluntariamente, se caminham juntos porque querem caminhar juntos e porque gostam de se reunir, então para quê complicar? Nunca imploramos a ninguém que caminhasse conosco, de forma que os que vieram, vieram porque sentiram-se comovidos e reconheceram a verdade do evangelho.
Queremos que todos conheçam a Jesus de “primeira mão”, sem que haja necessidade de qualquer intermediário. Assim, ninguém tem obrigação qualquer, e respondem somente á Deus, a menos que tenham assumido voluntariamente alguma responsabilidade em relação ao funcionamento prático da organização. Nesse caso, terá prazer em servir, sem sentir-se debaixo de qualquer jugo.
Não queremos ser uma igreja evangélica “light” ou uma igreja evangélica com mais “amor” (leia-se: palavrinhas carinhosas, ligações, festinhas...) do que as demais. Ninguém tem a obrigação de ser amigo de ninguém. Ninguém tem a obrigação de ter intimidade com ninguém. Ou seja: ensinamos e esperamos que todos encarnem o amor compassivo de Cristo, de forma que tenham a cada pessoa com estima e afeto, pelo fato de sermos todos objetos da mesma graça. Mas olhar para todos com amor não significa que não termos afinidades específicas e círculos mais íntimos. Reconhecemos que até Jesus, muitas vezes, preferia a companhia de Pedro, Tiago e João, e que isso de modo nenhum constituía favoritismo, elistismo ou panelinha. Esperamos e encorajamos a emergência natural de relacionamentos saudáveis e profundos.
Ninguém tem desculpa para sentir-se isolado. Pegue o telefone! Lembre-se: não somos uma igreja; somos um grupo de pessoas que voluntariamente se reúnem em torno do evangelho por gostar de andar juntos. Não queremos ser um grupo religioso, queremos ser tão seculares quanto é secular o evangelho.
Quer ver como a mentalidade da igreja ainda é prevalente? Fico pensando o que é que certas pessoas fariam se não “frequentassem” lugar algum...ou seja: se, no conceito da igreja, estivessem no “mundão”, sem conexão com grupo qualquer. Iriam reclamar de quem por se sentirem meio “isolados”? Quem seria o “pastor” responsável por “bater o ponto” (normalmente pra garantir que o cliente-membro se sente satisfeito com a igreja-produto)? O que é que uma pessoa assim, normal, humana, faria se estivesse se sentindo isolada e não tivesse nenhum apoio de uma “congregação local”? Não iria pegar um telefone e ligar pra alguns amigos? Bater um papo, comer uma pizza, pegar uma telinha? Porque é que na Estação seria diferente? Recicle a mentalidade institucional e lembre-se que a Estação é nada mais do que um ponto de encontro. O resto é com a gente, com as pessoas!
Seja você, mano querido/mana querida, a diferença que quer ver no mundo (não foi o Gandhi quem disse?).
Seguiremos em frente; com muito amor, andando na fé, em absoluta gratidão, cheios de consiência, cheios de boa vontade e cheios de esperança. Sem condenação e sem qualquer imposição da Lei – antiga ou nova; contando com a transformação do ser pela renovação do entendimento.
Você está convidado(a).
Em Cristo Jesus, nosso Senhor,
Jota
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